sábado, 23 de fevereiro de 2008

Talento na medida certa

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Por Cléo Tassitani

Das passarelas e comerciais de TV para as novelas... A carreira de ator de Carlos Casagrande foi alcançada com muita dedicação. Ele conseguiu provar que apenas um rostinho bonito não é suficiente para se tornar um bom profissional e acontecer na mídia. Para atingir o papel de protagonista de uma telenovela, fez vários cursos para se aperfeiçoar, conheceu diretores importantes e participou da Oficina de Atores da TV Globo. Seu primeiro trabalho foi em Malhação, em que interpretava o Ruan. Em seguida, fez o Carlinhos na minissérie Chiquinha Gonzaga, contracenando com a atriz Regina Duarte - personagem que criava a dança do maxixe. Em Marcas da Paixão, primeira novela produzida pela TV Record, foi protagonista, assim como em Roda da Vida, da mesma emissora. Em Marisol, no SBT, atuou como ator principal nas duas fases da história.

Esse paulista de 34 anos nasceu em Itararé, interior de São Paulo. Iniciou sua carreira como modelo em 1989. No ano seguinte, foi para o exterior e, durante um ano, desfilou entre Milão e Paris. Nessa época, ainda era uma pessoa muito tímida, apesar de a sua profissão ter colaborado para perder boa parte de sua timidez. Morando sozinho fora do país, longe da família, tornou-se uma pessoa mais desprendida e determinada. De volta ao Brasil, gravou vários comerciais de TV. Em 1997, ganhou dois prêmios como o melhor modelo brasileiro. "Mas, a carreira das passarelas e fotos tem um fim. Eu achava que estava no meio do caminho e não queria entrar na decadência. Por isso, procurei uma profissão que fosse para o resto da minha vida. Eu me encontrei como ator", garante.

Sempre aprendendo

Carlos Casagrande se considera uma pessoa sortuda. Em apenas quatro anos de carreira, protagonizou três novelas e trabalhou todo ano, sem nunca ter ficado parado. "Tive sorte de ter começado minha carreira sem ser protagonista de uma novela das oito, por exemplo. Fui devagar, sempre me aprimorando e tentando melhorar a cada papel. E sou consciente de que estou iniciando e ainda tenho muito a aprender".

Apesar de ser modesto, a crítica (ainda) é maldosa em relação à sua carreira como ator. "Tenho o maior orgulho de já ter sido modelo - comprei meu apartamento graças a esses 11 anos em que trabalhei nessa profissão. Há pouco tempo, um jornalista (sem saber nada da minha vida e sem ter me entrevistado) escreveu que eu só tenho duas expressões - triste e alegre. Acredito que ele não assistiu a nenhum capítulo da novela. Eu poderia mandar uma fita do meu videobook para ele ver que eu interpretei personagens diferentes em todas as telenovelas em que eu atuei. Antes de criticar, esses jornalistas deveriam pesquisar mais sobre a vida do entrevistado e as condições de trabalho de cada emissora". Extremamente calmo, ele não se deixa abater nem mesmo diante desses comentários destrutivos.

Alma gêmea

Depois de quatro anos de namoro, em agosto deste ano, o rapaz se casou com Marcelly Anselmé, apresentadora do programa infantil Zapping Zone, na TVA, no canal Disney Channel, também transmitido aos sábados pelo SBT. Por enquanto, não existe nenhuma proposta para um novo trabalho televisivo e só agora está curtindo de verdade a vida de casado - isso porque seu casamento aconteceu no meio das gravações da novela Marisol e, praticamente, não houve lua-de-mel: "Foi desgastante. Gravava cenas durante 10 horas seguidas. Chegava à minha casa à noite, tomava banho, jantava e, em vez de descansar, precisava decorar mais 10 capítulos para o dia seguinte. Nunca trabalhei tanto na minha vida".

O casal pretende ter filhos em breve. O único empecilho é a carreira de Marcelly. "Ela não pode ficar grávida agora, senão, não poderá mais apresentar o seu programa, que já está no ar há dois anos. Por isso, não posso cobrar uma gravidez neste momento da sua vida profissional. Pretendemos esperar uns três anos para encomendar o nosso primeiro filho", confessa o ansioso futuro papai.

Posar nu? De jeito nenhum!

As revistas masculinas não param de assediar Carlos Casagrande para que ele se deixe fotografar sem roupas. E ele continua recusando todas as propostas - nem mesmo pelo dinheiro: "Não poso nu, porque não estou passando fome. Acho que as pessoas são gananciosas demais para aceitar isso. Tenho o meu apartamento e trabalho paralelamente como construtor de prédios na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo. E também faço workshops para modelos, pela empresa Casagrande Fashion Workshop. Então, não preciso fotografar despido para ganhar mais dinheiro. Durante os 11 anos em que fui modelo, recebi vários convites desse tipo, e nem seriam fotos mostrando as partes íntimas. Não me sinto à vontade. Não tenho essa ganância nem a vaidade de expor a minha imagem por meio das revistas masculinas".

Ah... esses olhos verdes!

Descendente de italianos, espanhóis e bugres (índios do Sul do Brasil), seu tipo físico é invejado e provoca deslumbramento entre as mulheres de plantão. Olhos verdes, 1,90 m de altura e 91 quilos bem distribuídos, é considerado um dos homens mais charmosos da televisão. Porém, Carlos Casagrande não se considera um homem bonito (dá para acreditar?): "Não me acho tão belo assim como as pessoas falam. Senão, eu já estaria contratado para atuar em uma novela das oito da TV Globo (risos). Percebo que, quando estou feliz, me acho mais bonito. Se estou um pouco deprimido, não gosto da minha imagem no espelho. E a beleza tem a ver com o estado de espírito de cada um. Eu sei que não sou um homem feio, mas não me considero uma pessoa linda. Tenho defeitos físicos, como qualquer um".

Menos é mais

De uns tempos para cá, o moço tem se alimentado bem menos do que gostaria. Antes, comia demais e só costumava parar quando saciava totalmente a fome. Hoje, reduz as quantidades, medindo o prato. "Eu comia uma feijoada e me empanturrava. Depois, ficava triste e passando até mal por ter exagerado. Passei a seguir os conselhos dos professores das academias, que dizem que é preciso se alimentar mais vezes durante o dia em menos quantidade. Isso faz sentido e é bom para o organismo. Nas refeições, não chego a contar as calorias. Controlo o quanto vou ingerir e normalmente paro quando ainda estou querendo um pouco mais. Só que, levanto da mesa e, dois minutos depois, percebo que estou saciado. Acho que a fome é psicológica".

O ator confessa que não gosta de malhar. O pouco exercício físico que pratica não é por vaidade, mas sim para manter a forma e também porque é saudável. De duas a três vezes por semana, faz musculação e costuma correr. "Eu detesto me exercitar. Pratico atividades físicas por obrigação. Por mim, ficaria em casa em vez de ir para a academia. Não sou vaidoso. A Marcelly comprou um creme anti-rugas e pediu que eu usasse. Em torno dos olhos, já tenho algumas marcas de expressão. Passei só durante duas semanas e, por preguiça, parei".

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