sábado, 19 de maio de 2007

RIO - Entra ano, sai ano, um par amoroso nas novelas das oito ganha quase tanto destaque na mídia quanto os protagonistas. Trata-se do casal gay, que a cada trama vai sendo ainda melhor aceito pelo público, numa bela vitória sobre o preconceito. Em “Paraíso tropical”, que estréia na próxima segunda-feira, é a vez de Tiago (Sérgio Abreu) e Rodrigo (Carlos Casagrande).

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— Os dois já estão juntos há aproximadamente cinco anos e levam uma vida normal, sem criar grandes polêmicas. Eles são completamente bem aceitos por todos a sua volta — diz Sérgio.

E é exatamente este o diferencial do casal criado por Gilberto Braga e Ricardo Linhares, autores da nova trama das oito.

— Não vai ter nada na novela que fale do preconceito contra os dois. Eles têm bons amigos de trabalho, família... E ninguém vai questionar de forma alguma o romance. O grande barato é que eles serão um casal normal, como todos os outros — explica Sérgio.


Se você tem um vizinho, um parente ou colega de trabalho que tem um marido, por que não tratá-lo igual?

Não criar nenhum burburinho em volta do par amoroso foi uma idéia dos autores justamente para que esse tipo de amor se torne cada vez mais natural na cabeça dos telespectadores.

— Tiago é um cara saudável e supertranqüilo. Ele trabalha num hotel, enquanto Rodrigo é assistente de Antenor (Tony Ramos), o poderoso comandante do Grupo Cavalcanti. Eles são felizes em suas profissões. O amor dos dois nunca serviu de obstáculo para alcançarem seus objetivos — explica Sérgio.

Apesar de considerar um desafio interpretar um homossexual na novela das oito, Sérgio Abreu concorda com a forma corriqueira com que o casal vem sendo apresentado. Para ele, isso é um sinal dos tempos em que vivemos.

— O que ocorreu na trama é o que a gente tem que fazer na vida real: ver as coisas de forma natural. Se você tem um vizinho, um parente ou colega de trabalho que tem um marido, por que não tratá-lo igual? Não há diferença e já está mais do que na hora de vermos isso com naturalidade — defende.